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Inspiração pode vir de todo o lado, desde livros a experiências pessoais, e muitas vezes, tanto na música erudita como na música pop/rock. Hoje veremos 10 peças inspiradas por obras da Literatura!

1. Liebestraum nº 3, Franz Liszt

Sem Título-1

Esta peça, uma das mais famosas peças de Liszt, foi inspirada pelo poema de Ferdinand Freiligrath “O lieb, so lang du lieben kannst”.

Liszt era um homem de muitas tristezas, dado que perdeu a mulher e os dois filhos e caiu em depressão como resultado. No entanto, ele tentou viver e continuar a amar ao longo da vida, apesar de todas estas tristezas, que provavelmente deram a esta peça uma profundidade maior à palavra “amor”. Em baixo pode ver o poema em questão na língua original, inglês e português, que pode também ser considerado como uma evidência do que se passou com ele. Liszt mais tarde acabou também por se tornar um monge, o que agora podemos ver como uma evidência de como este homem lutou para continuar a amar, até mesmo Deus, porque sejamos sinceros, ele não ia deixar o piano assim tão facilmente – podemos ver pelas suas palavras o quanto ele adorava a música.

O lieb’, solang du lieben kannst!

O lieb’, solang du lieben magst!

Die Stunde kommt, die Stunde kommt,

Wo du an Gräbern stehst und klagst!

Und sorge, daß dein Herze glüht

Und Liebe hegt und Liebe trägt,

Solang ihm noch ein ander Herz

In Liebe warm entgegenschlägt!

Und wer dir seine Brust erschließt,

O tu ihm, was du kannst, zulieb’!

Und mach’ ihm jede Stunde froh,

Und mach ihm keine Stunde trüb!

Und hüte deine Zunge wohl,

Bald ist ein böses Wort gesagt!

O Gott, es war nicht bös gemeint, –

Der andre aber geht und klagt.

O lieb’, solang du lieben kannst!

O lieb’, solang du lieben magst!

Die Stunde kommt, die Stunde kommt,

Wo du an Gräbern stehst und klagst!

Dann kniest du nieder an der Gruft

Und birgst die Augen, trüb und naß,

– Sie sehn den andern nimmermehr –

Ins lange, feuchte Kirchhofsgras.

Und sprichst: O schau’ auf mich herab,

Der hier an deinem Grabe weint!

Vergib, daß ich gekränkt dich hab’!

O Gott, es war nicht bös gemeint!

Er aber sieht und hört dich nicht,

Kommt nicht, daß du ihn froh umfängst;

Der Mund, der oft dich küßte, spricht

Nie wieder: Ich vergab dir längst!

Er tat’s, vergab dir lange schon,

Doch manche heiße Träne fiel

Um dich und um dein herbes Wort –

Doch still – er ruht, er ist am Ziel!

O lieb’, solang du lieben kannst!

O lieb’, solang du lieben magst!

Die Stunde kommt, die Stunde kommt,

Wo du an Gräbern stehst und klagst!

O love, as long as love you can,

O love, as long as love you may,

The time will come, the time will come

When you will stand at the grave and mourn!

Be sure that your heart burns,

And holds and keeps love

As long as another heart beats warmly

With its love for you

And if someone bears his soul to you

Love him back as best you can

Give his every hour joy,

Let him pass none in sorrow!

And guard your words with care,

Lest harm flow from your lips!

Dear God, I meant no harm,

But the loved one recoils and mourns.

O love, love as long as you can!

O love, love as long as you may!

The time will come, the time will come,

When you will stand at the grave and mourn.

You will kneel alongside the grave

And your eyes will be sorrowful and moist,

– Never will you see the beloved again –

Only the churchyard’s tall, wet grass.

You will say: Look at me from below,

I who mourn here alongside your grave!

Forgive my slights!

Dear God, I meant no harm!

Yet the beloved does not see or hear you,

He lies beyond your comfort;

The lips you kissed so often speak

Not again: I forgave you long ago!

Indeed, he did forgive you,

But tears he would freely shed,

Over you and on your unthinking word –

Quiet now! – he rests, he has passed.

O love, love as long as you can!

O love, love as long as you may!

The time will come, the time will come,

When you will stand at the grave and mourn.

O amor, enquanto você pode amar,
Ó amor, enquanto você puder amar,
A hora vai chegar, a hora vai chegar
Quando você vai estar no túmulo e lamentar!

Certifique-se de que seu coração queime,
E mantém e mantém o amor
Enquanto outro coração bater calorosamente
Com seu amor por você

E se alguém carrega sua alma para você
Ame-o de volta o melhor que puder
Dê sua alegria a cada hora,
Que ele não passe por ninguém na tristeza!

E guarde suas palavras com cuidado,
Para que o mal não saia de seus lábios!
Querido Deus, eu não tive a intenção de fazer mal,
Mas a pessoa amada recua e chora.

Ó amor, ame enquanto você puder!
Ó amor, ame enquanto você puder!
A hora vai chegar, a hora vai chegar,
Quando você vai ficar no túmulo e lamentar.

Você vai se ajoelhar ao lado do túmulo
E seus olhos estarão tristes e úmidos,
– Nunca mais verás o amado –
Apenas a grama alta e molhada do cemitério.

Você dirá: Olhe para mim de baixo,
Eu que choro aqui ao lado do seu túmulo!
Perdoe minhas desfeitas!
Querido Deus, não tive a intenção de fazer mal!

No entanto, o amado não vê ou ouve você,
Ele está além do seu conforto;
Os lábios que você beijou com tanta frequência falam
De novo não: eu te perdoei há muito tempo!

Na verdade, ele te perdoou,
Mas as lágrimas que ele derramava livremente,
Sobre você e sobre sua palavra impensada –
Quieto agora! – ele descansa, ele passou.

Ó amor, ame enquanto você puder!
Ó amor, ame enquanto você puder!
A hora vai chegar, a hora vai chegar,
Quando você vai ficar no túmulo e lamentar.

2. Erlkönig, Franz Schubert

Sem Título-2

“Erlkönig”, op. 1, D 328, é uma Lied composta por Franz Schubert em 1815, que define o poema de Johann Wolfgang von Goethe de mesmo nome. O cantor assume o papel de quatro personagens – o narrador, um pai, o seu filho pequeno e o titular “Erlking”, uma criatura sobrenatural que persegue o menino, o rei dos elfos, que supostamente consegue matar crianças na floresta apenas ao tocar-lhes – cada um dos quais exibe diferentes tessituras, características harmónicas e rítmicas. Uma peça tecnicamente desafiadora para músicos e acompanhantes, “Erlkönig” tem sido popular e aclamada desde a sua estreia em 1821, e foi descrita como uma das “composições dominantes do século”.

Entre as obras mais famosas de Schubert, a obra foi arranjada por vários compositores, como Franz Liszt (piano solo) e Heinrich Wilhelm Ernst (violino solo); Hector Berlioz, Franz Liszt e Max Reger orquestraram a peça.

O poema de Goethe foi musicado por cerca de cem compositores, incluindo Johann Friedrich Reichardt, Carl Friedrich Zelter e Carl Loewe, embora nenhuma obra se tornasse tão proeminente quanto a de Schubert, que está entre as composições mais executadas, retrabalhadas e gravadas já escritas.

Schubert compôs “Erlkönig” aos 18 anos em 1815 – Joseph von Spaun afirma que foi escrito em poucas horas numa tarde. Ele reviu a canção três vezes antes de publicar a sua quarta versão em 1821 como o seu Opus 1. A obra foi apresentada pela primeira vez num concerto no dia 1 de dezembro de 1820 numa reunião privada em Viena. A estreia pública em 7 de março de 1821 no Theatre am Kärntnertor foi um grande sucesso e rapidamente impulsionou o jovem compositor à fama em Viena.

Em baixo pode ler o poema na língua original, na tradução literal e na tradução rimada.

Wer reitet so spät durch Nacht und Wind?

Es ist der Vater mit seinem Kind;

Er hat den Knaben wohl in dem Arm,

Er faßt ihn sicher, er hält ihn warm.

“Mein Sohn, was birgst du so bang dein Gesicht?” –

“Siehst, Vater, du den Erlkönig nicht?

Den Erlenkönig mit Kron’ und Schweif?” –

“Mein Sohn, es ist ein Nebelstreif.”

“Du liebes Kind, komm, geh mit mir!

Gar schöne Spiele spiel’ ich mit dir;

Manch’ bunte Blumen sind an dem Strand,

Meine Mutter hat manch gülden Gewand.” –

“Mein Vater, mein Vater, und hörest du nicht,

Was Erlenkönig mir leise verspricht?” –

“Sei ruhig, bleibe ruhig, mein Kind;

In dürren Blättern säuselt der Wind.” –

“Willst, feiner Knabe, du mit mir gehn?

Meine Töchter sollen dich warten schön;

Meine Töchter führen den nächtlichen Reihn,

Und wiegen und tanzen und singen dich ein.” –

“Mein Vater, mein Vater, und siehst du nicht dort

Erlkönigs Töchter am düstern Ort?” –

“Mein Sohn, mein Sohn, ich seh’ es genau:

Es scheinen die alten Weiden so grau. –”

“Ich liebe dich, mich reizt deine schöne Gestalt;

Und bist du nicht willig, so brauch’ ich Gewalt.” –

“Mein Vater, mein Vater, jetzt faßt er mich an!

Erlkönig hat mir ein Leids getan!” –

Dem Vater grauset’s; er reitet geschwind,

Er hält in Armen das ächzende Kind,

Erreicht den Hof mit Mühe und Not;

In seinen Armen das Kind war tot.

Quem cavalga tão tarde por noite e vento?

É o pai, com seu filho;

Ele tem o garoto seguro nos braços,

Ele o acomoda em segurança, ele o mantém quente.

“Meu filho, por que escondes teu rosto com medo?”

“Não vê pai, o Rei dos Elfos?

O Rei dos Elfos, com coroa e cauda?”

“Meu filho, isso é um filete de névoa.”

“Amada criança, venha, me acompanhe!

Belos jogos eu jogarei contigo;

Algumas flores coloridas estão na praia,

Minha mãe costurou algumas vestes douradas.” –

“Meu pai, meu pai, e tu não escutas,

o que o Rei dos Elfos sussurou para mim?” –

“Fique calmo, permaneça calmo, meu filho;

por folhas secas sopra o vento.” –

“Queres, nobre criança, comigo vir?

Minhas filhas já estão te esperando;

Minhas filhas conduzem o baile noturno,

E balançarão e dançarão e cantarão contigo.” –

“Meu pai, meu pai, e tu não vês lá?

As filhas do Rei dos Elfos naquele sombrio lugar?” –

“Meu filho, meu filho, eu o vejo precisamente:

brilham os velhos prados tão cinzentos. -”

“Eu te amo, tua bela forma me atrai;

E se tu não desejas, então eu tomarei à força.” –

“Meu pai, meu pai, agora ele me toca!

O Rei dos Elfos me machucou!” –

O pai se desespera; ele cavalga velozmente,

Ele segura nos braços a criança aos prantos,

Chega à fazenda com grande dificuldade;

em seus braços a criança estava morta.

Quem cavalga tão tarde por noite e vento?

É o pai com sua criança, atento;

Ele tem seu menino seguro nos braços,

Acomodando-o firme, com quentes laços.

“Meu filho, que guarda em temor seu rosto?” –

“Não estás a ver, Pai, o Erlkönig?

“O Erlkönig com calda e coroa?” –

“Meu filho, é coisa que enevoa.”

“Ó bela criança, pois vem, vem comigo!

Jogos de todo adoráveis brincarei contigo;

Coloridas flores aos montes estão na praia,

Minha mãe tem vestes douradas e és cobaia.”

“Meu pai, meu pai, e tu não estás a ouvir,

Que promessas ele usa pra me iludir?” –

“Calminha, acalme-se, minha criança;

Do farfalho tem o vento sua aliança.” –

“Quer tu, nobre menino, acompanhar-me?

Minhas filhas hão de graciosas esperar-te;

Minhas filhas regerão as noturnas danças,

Dançarão com magia de mil crianças.” –

“Pai, pai, e não vês lá

A filha dele nas sombras e má?” –

“Meu filho, meu filho, posso vê-lo decerto:

Brilha um salgueiro por neve coberto. –”

“Amo-te, seduz-me tua bela forma;

E não queres, usarei força sem norma.” –

“Meu pai, ele esta me levando embora,

Está me machucando muito agora!” –

O pai aterroriza-se, cavalga veloz,

Tem a gemedora criança nos braços, feroz,

Alcança a fazenda às pressas e em dor;

Em seus braços ela estava morta, em clamor.

3. Peer Gynt Suite, Edvard Grieg

Sem Título-3

Peer Gynt é uma peça teatral em 5 atos, escrita em versos pelo dramaturgo norueguês Henrik Ibsen, e publicada em 14 de novembro de 1867, em Copenhaga, capital da Dinamarca.

A primeira representação da peça foi feita dez anos após ser publicada, no Christiania Theater, localizado em Oslo, capital da Noruega, em 24 de fevereiro de 1876. Esta apresentação foi musicada pelo compositor norueguês, Edvard Grieg.

Bjørnstjerne Bjørnson admirou a peça, descrevendo-a como “magnífica”, porém Hans Christian Andersen, Georg Brandes e Clemens Petersen juntaram-se numa hostilidade generalizada. Enfurecido pelas críticas, em particular as de Petersen, Ibsen defendeu o seu trabalho, argumentando que “é poesia; e se não for, tornará-se. A conceção da poesia no nosso país, a Noruega, deve moldar-se de acordo com este livro”. Apesar desta defesa da sua realização poética, Peer Gynt foi a última peça em que empregou o verso, a partir de A União dos Jovens (1869), Ibsen passou a escrever apenas em prosa.

Em vez de criar uma ópera, Edvard Grieg optou por criar uma música de cena para acompanhar a peça de teatro baseada no livro de Ibsen. Tal tarefa demorou anos para ser concluída. A princípio, tratava-se de 23 peças que seriam a “banda sonora”. Tempos depois, Grieg escolheu bocadinhos favoritos e reorganizou-os sob a forma de duas suítes.

Pode ler a obra completa (em inglês) aqui.

4. The Nutcracker Suite, Tchaikovsky

Sem Título-4

Esta suite é tipicamente encenada na época natalícia, e é baseada na obra de Alexandre Dumas, pai, O Quebra Nozes e o Rei dos Ratos, que por sua vez é baseada na obra de E. T. A. Hoffmann.

Desta suite faz parte um instrumento especial, a celesta, que já teve um artigo dedicado aqui no Pianissimo. Pode lê-lo aqui.

A obra completa de Hoffmann (em inglês) fica também aqui.

5. Romances de Maguelone, Johannes Brahms

Sem Título-5

Liebesgeschichte der schönen Magelone und des Grafen Peter von Provence (Os Amores da Bela Maguelone e Pedro, Conde da Provença) é um livro de Ludwig Tieck baseado numa lenda popular:

Na Idade Média, Pierre, filho de um conde da Provença, teria ouvido falar da beleza de uma princesa napolitana que se chamava Maguelone. Ele decidiu ir para a cidade italiana para conhecê-la. Quando chegou ao local, participou de um torneio que ganhou. A sua vitória permitiu que ele fosse convidado para a casa do rei e finalmente conhecesse a princesa. Assim que se viram, os dois jovens se apaixonaram loucamente. Para provar seu amor, Pedro ofereceu três anéis de ouro para sua noiva. Uma vida de riqueza não lhes interessava; então uma noite eles decidiram fugir a cavalo. A noite toda, o cavalo galopava. Quando o Sol começou a nascer, eles pararam no mar para descansar. Foi então que um pássaro roubou os três anéis dourados da princesa e fugiu para o mar. Com toda a sua coragem, Pedro decidiu perseguir o pássaro num barco, mas de repente uma tempestade se levantou e fez com que o pequeno barco capotasse. Pedro estava condenado a desaparecer, pois estava perdido em mar aberto. Mas um navio mouro da África passou e salvou Pedro da morte certa.

Enquanto isso, Maguelone estava desesperadamente esperando. Preocupada, triste, ela caminhava na praia esperando o retorno do seu amado. Ela chegou a uma pequena ilha chamada “Port Sarrazin”. Em toda a sua angústia, ela entendeu que só podia contar com Deus, então ela decidiu fundar um hospital e uma igreja nesta pequena ilha. Quando ela deu um nome à igreja, ela não hesitou e os seus pensamentos foram congelados no seu amor perdido: o edifício deveria ser chamado de São Pedro, em homenagem ao seu amado corajoso.

Pedro, por sua vez, conseguiu realizar grandes feitos de armas com o exército do sultão. Para recompensá-lo, este último restaurou sua liberdade. Pedro imediatamente tomou a decisão de sair para encontrar a sua princesa, mas foi abandonado numa ilha deserta pela sua tripulação. Ele teve mais uma vez sorte quando os pescadores o encontraram e o trouxeram de volta ao hospital de “Port Sarrazin” onde encontrou a bela Maguelone.

Assim, segundo a lenda, nasceu a Catedral de Maguelna.

De acordo com Frédéric Mistral, a lenda referiria-se a uma suposta conjunção de sete anos dos planetas Vénus e Saturno.

6. Poema Sinfónico Op. 23 Macbeth, Richard Strauss

Sem Título-6

Macbeth, op. 23, é um poema sinfónico escrito por Richard Strauss entre 1886 e 1888. A obra foi o seu primeiro poema de tom, que Strauss descreveu como “um caminho completamente novo” para ele em termos de composição. Escrita em alguma aparência de forma de sonata, a peça foi revista mais completamente do que qualquer uma das outras obras de Strauss; essas revisões, focadas principalmente nas seções de desenvolvimento e recapitulação, mostram o quanto o compositor estava a lutar neste ponto da sua carreira para equilibrar o conteúdo narrativo com a forma musical. Esta é inspirada na obra de mesmo nome de Shakespeare, que pode ser lida (em inglês) aqui.

7. Prélude à l’après-midi d’un Faune, Claude-Achille Debussy

Sem Título-7

Prélude à l’après-midi d’un Faune (Prelúdio à Tarde de um Fauno) é um poema sinfônico composto por Claude Debussy entre 1892 e 1894, baseado num poema de Stéphane Mallarmé. A sua estreia deu-se em Paris na Société Nationale de Musique, no dia 22 de dezembro de 1894 sob a direção de Gustave Doret. Alguns críticos consideram a sua apresentação como o marco inicial da música moderna. É uma obra considerada um dos expoentes da música impressionista. A música é baseada no poema L’Après-midi d’un faune de Stéphane Mallarmé, escrito em 1865 e publicado em 1876, com ilustrações do pintor impressionista francês, Édouard Manet. O poema conta a história de um fauno que toca a sua flauta nos bosques e fica excitado com a passagem de ninfas e náiades, tentando alcançá-las em vão. Então, muito cansado e fraco, cai num sono profundo e passa a sonhar com visões que o levam a atingir os objetivos que dentro da realidade não tinha alcançado.

8. I due Foscari, Giuseppe Verdi

Sem Título-9

Esta peça é uma ópera em três atos do compositor Giuseppe Verdi, que a baseou na obra The Two Foscaris, de Lord Byron. Vários compositores se inspiraram nas obras deste escritor, inclusive Liszt – para ver aqui.

Depois de “Ernani”, Verdi considerou um grande número de projetos para o futuro e a peça de Byron foi um deles. Foscari foi considerado já em 1843, quando foi abordado pelo La Fenice em Veneza, mas foi rejeitado como impróprio porque a história incluía críticas às ações da República de Veneza que podem ter sido ofensivas para as grandes famílias que governaram a República, incluindo a família Foscari existente.

Ao mesmo tempo, o compositor aceitou uma encomenda do Teatro Argentina de Roma e considerou o tema de Lorenzino de ‘Medici, no qual Piave, libretista, já tinha começado a trabalhar. Verdi encorajou o libretista a continuar seu trabalho e, em seguida, submetê-lo às autoridades romanas, mas, como apoio, ele escreveu: “Mas, caso a polícia não permita, teremos que pensar numa alternativa rápida e sugiro Os Dois Foscari. Gosto do enredo e o esboço já está lá em Veneza. ” Parece que Verdi já o tinha apresentado ao La Fenice nalgum momento anterior, e então ele encorajou Piave a trabalhar nele, “mas fique perto de Byron”, observou ele.

9. Op. 13 “Maddalena”, Sergei Prokofiev

Sem Título-8

Maddalena (russo: Маддалена) é uma ópera num ato do compositor russo Sergei Prokofiev, que também escreveu o libreto baseado numa peça do mesmo nome de Magda Gustavovna Lieven-Orlov (sob o pseudónimo de Barão Lieven). Esta peça, por sua vez, foi baseada na peça de Oscar Wilde, A Florentine Tragedy.

Embora Prokofiev já tivesse escrito quatro óperas (a primeira sendo O Gigante, que ele compôs aos oito anos e foi passada a limpo para uma partitura pela mãe do compositor), Maddalena é a primeira das suas obras neste género a que ele deu um número de opus (opus 13). A ópera foi escrita no verão de 1911 enquanto Prokofiev ainda era estudante no Conservatório de São Petersburgo e abandonada com apenas uma de suas quatro cenas orquestrada. A trama gira em torno de um tórrido triângulo amoroso em Veneza no século XV. Prokofiev escreveu na sua autobiografia que “a ação abundou em conflitos, amor, traição e assassinato”, mas acrescentou que “Baron Lieven” era “mais charmoso na aparência do que talentoso na dramaturgia”. Seria esperar 70 anos para sua estreia.

10. The Bells, Sergei Rachmaninoff

Sem Título-10

The Bells, op. 35, é uma sinfonia coral de Sergei Rachmaninoff, escrita em 1913 e estreada em São Petersburgo em 30 de novembro daquele ano sob a batuta do compositor. As palavras são do poema The Bells, de Edgar Allan Poe, traduzido livremente para o russo pelo poeta simbolista Konstantin Balmont. A melodia gregoriana tradicional Dies Irae é usada com frequência ao longo da obra. Foi uma das duas composições favoritas de Rachmaninoff, junto com a sua Vigília toda a noite, e é considerada por alguns como a sua obra-prima coral secular. Rachmaninoff chamou a obra de sinfonia coral e (não oficialmente) de sua Terceira Sinfonia logo após escrevê-la; no entanto, ele mais tarde escreveria uma Terceira Sinfonia puramente instrumental na sua nova villa na Suíça. Rachmaninoff dedicou The Bells ao maestro holandês Willem Mengelberg e à Orquestra Concertgebouw.

Pode ler o poema inteiro aqui.

Termina assim a seleção de 10 peças inspiradas por obras literárias. Pode ouvi-las todas em baixo!

https://youtu.be/q59XAhQWVvg

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