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Primeira parte deste artigo (A Evolução da Ópera) aqui.

Segunda parte deste artigo (A Sinfonia e o Musical, os Derivados da Ópera) aqui.

Muitas foram as óperas que mudaram o rumo deste tipo de composição único e deveras importante – desde Mozart a Puccini, temos um legado de composições operísticas coberto de pérolas (aliás, tantas pérolas que tive de pôr 11 óperas e fazer uma lista de menções honrosas).

É por isso que o artigo de hoje se foca, sem repetir compositores, em 11 das óperas mais famosas de todos os tempos – algumas por causa das suas inovações na ópera e outras porque ainda têm um sem-número de interpretações à volta do mundo, estas são algumas das peças mais emblemáticas deste género, de Mozart a Debussy.

1. La Bohème | Giacomo Puccini

La boheme

Quando eu penso nos grandes compositores de ópera, muitas vezes penso em quartetos (o que me dificultou bastante este artigo, porque para escolher a mais famosa ficava cheia de pena das outras). Verdi com Aida, Nabucco, La Traviata e Rigoletto, Mozart com A Flauta Mágica, Don Giovanni, As Bodas de Fígaro e Così fan Tutte, entre tantos outros.

Puccini não é exceção. Conquistou a sua audiência com um total de 12 óperas, mas para a história ficaram essencialmente 4: Tosca, La Bohème, Madama Butterfly e Turandot.

Na verdade, podia escrever sobre qualquer uma delas, dado que são todas conhecidíssimas, mas escolhi escrever sobre a La Bohème porque… digamos que era a que tinha um libretto menos sangrento.

Estreada em 1896, esta ópera conta-nos as peripécias de Rodolfo, Mimì, Marcello e Musetta, quatro cidadãos parisienses cujas vidas se entrelaçarão ao longo da história – esta que começa na véspera de Natal.

No sótão, Rodolfo e Marcello encontram-se juntamente com os seus outros dois companheiros de sótão, Colline e Schaunard, este último sugerindo celebrar a data no Café Momus. Todos concordam, no entanto Rodolfo só se juntaria mais tarde, devido a um artigo inacabado que tinha de terminar antes de ir.

Enquanto escreve, Rodolfo ouve alguém bater timidamente à porta – era uma jovem pálida que lhe pedia para ele reacender a sua vela, a quem ele insistiu que se sentasse.

Depois de desmaiada na cadeira onde se sentou, a rapariga volta a si e, já quando estava a sair da porta, lembra-se que deixou cair a chave do seu quarto. Os dois procuram-na, o que leva à ária Che gelida manina, cantada por Rodolfo, que obtém como resposta Mi chiamano Mimì, o ato terminando com o dueto O soave fanciulla.

Já no segundo ato, Rodolfo e Mimì chegam ao Café Momus, onde se encontra Musetta, antiga amante de Marcello, que tenta de tudo para o seduzir – até canta uma valsa – apesar de estar na companhia do seu novo companheiro, Alcindoro, mais velho e endinheirado.

Musetta acaba por se queixar dos sapatos e Alcindoro sai para comprar um novo par, e é assim que ela cai nos braços de Marcello e afirma que Alcindoro pagará a conta no café, saindo alegremente com Marcello e Colline.

No terceiro ato, porém, Marcello recebe más notícias: Mimì conta-lhe que ela e Rodolfo vêm a ter atritos constantemente, devido ao sentimento de culpa por parte de Rodolfo por não poder fazer nada para ajudar a frágil saúde de Mimì. Ci lascierem alla stagion dei fior assinala a despedida de Rodolfo e Mimì, que resolvem separar-se amigavelmente.

O dueto, no entanto, viria a transformar-se num quarteto, quando vêm juntar-se as vozes de Musetta e Marcello, que se encontram no meio de uma pesada discussão: para o desagrado de Marcello, Musetta tenta seduzir toda a gente.

No quarto e último ato, Musetta volta a aparecer no sótão, afirmando que Mimì está muito mal e vem atrás dela. Esta última teria abandonado um rico visconde com quem se casara para viver os seus últimos momentos perto do seu verdadeiro amor.

Mimì entra e, depois de deitada na cama, pergunta se Rodolfo se ele quer a sua companhia, ao que ele responde afirmativamente. Ficam a sós, depois de o resto das personagens ter ido buscar ajuda, e eles cantam um último dueto, antes de chegarem os outros com um cobertor para Mimì – no entanto, um acorde lúgubre na orquestra indica que Mimì morreu.

A ópera termina com Rodolfo a gritar por ela, mas já era tarde de mais.

Quem sou eu? Sou um poeta. O que é que eu faço? Escrevo. E como vivo? Eu vivo na minha pobreza feliz, esquio como um grande cavalheiro rimas e hinos de amor, para sonhos e para quimeras e para castelos no ar.

Che gelida manina
La Bohème, Giacomo Puccini

2. Die Zauberflöte | Wolfgang Amadeus Mozart

flauta magica

“Os alemães jamais se cansaram de venerar o surgimento desta obra. Até então a ópera alemã praticamente jamais existira; ela foi criada com esta obra.”, afirma Richard Wagner sobre A Flauta Mágica.

E tem bastante razão. Desde pouco depois da sua estreia que esta ópera vem a conquistar os corações das suas audiências com as suas personagens mágicas e árias inesquecíveis, desde o encantador dueto Papageno/Papagena até á famosíssima Ária da Rainha da Noite.

Logo no início da ópera, o príncipe Tamino é salvo por três damas da Rainha da Noite de uma serpente monstruosa. Maravilhadas com a sua beleza, as damas correm a dar a notícia à Rainha da Noite.

Ao ver um retrato da filha da Rainha da Noite, Tamino apaixona-se, e a Rainha da Noite, ao ouvir as suas palavras de amor, pede-lhe que a resgate do Templo do Rei em troca da sua mão, uma aventura que ele decide aceitar. Assim, a Rainha oferece-lhe uma flauta mágica e Tamino parte juntamente com o servo Papageno, que o acompanhará na sua jornada.

Pamina, a filha da Rainha da Noite, que se encontra numa sala guardada por Monostatos, de quem é vítima de assédio, encontra-se com Tamino pela primeira vez – no entanto, Tamino terá que passar por uma prova antes de se tornar iniciado, e consequentemente poder estar com Pamina.

Enquanto Tamino e Papageno enfrentam a dita prova, que consiste em manterem-se em silêncio, apesar das inúmeras distrações, a Rainha da Noite mente à filha, dizendo-lhe que Tamino se juntou ao inimigo. Para além disso, dá um punhal à filha, exigindo que esta mate Sarastro ou fique para sempre afastada da mãe.

Tamino, ao tocar a sua flauta mágica, faz Pamina aparecer, mas esta não obtém resposta de Tamino ou Papageno, o que faz Pamina pensar que foi rejeitada.

Apesar de devastada, Pamina decide procurar Tamino, e, ao encontrá-lo, pede-lhe para realizar as provas de água e fogo que ele terá de enfrentar. Ao enfrentar as provas juntos, passam os dois e tornam-se iniciados no Templo da Sabedoria.

A ópera termina então num final feliz – e é melhor aproveitar este, porque não vai haver muitos mais na lista…

Viva? Viva! Graças a Deus, ela ainda está viva!
Poderia eu mais que agradecer a sua gentileza;
Uma luz que brilhou sobre a minha cegueira.
Vou enviar os meus tons para o alto para que todos os ouçam. Vou tocar a Flauta Mágica!

Finale, ato 1 (Tamino)
A Flauta Mágica

3. Rusalka | Antonín Dvořák

rusalka

Esta próxima ópera, apesar de não ser assim tão conhecida até há relativamente pouco tempo, tem ganho bastante reconhecimento e apreço nos últimos tempos – e com razão!

Este “conto de fadas lírico” tem cada vez mais maravilhado os que o ouvem, especialmente a agora famosa “Song To The Moon”, interpretada por Rusalka no ato I.

Esta, apaixonada por um príncipe humano, formula o desejo de abdicar do seu estatuto de ninfa da água para se tornar humana e poder estar com o príncipe – no entanto, como a bruxa Ježibaba lhe transmite, é um desejo que vem com um preço: se Rusalka se tornar humana, perderá a imortalidade e deixará de falar (e parece-me que é por esta altura que isto de ser um conto de fadas até começa a fazer sentido).

Para além disso, se eles não ficarem juntos, o príncipe morre e ela fica condenada.

E o que é que Rusalka fez? Concordou com tudo.

Como uma pessoa responsável e madura. Só que não.

Eles realmente ficaram juntos e iam-se casar, apesar de ser um bocado estranho para… bem… toda a gente o príncipe aparecer no castelo com uma noiva que nem tem nome, nem fala, vinda de sei lá onde, de repente.

E, como a cereja podre no topo do bolo de casamento desconchavado, o príncipe começa a dar atenção a uma princesa que veio ao casamento, que amaldiçoa o príncipe e Rusalka – e é assim que o príncipe rejeita Rusalka, deitando os planos da ex-ninfa por água abaixo e basicamente condenando-se a ele próprio à morte.

Rejeitando a hipótese de matar o príncipe para se salvar a ela própria, Rusalka torna-se num espírito da água que encaminha os humanos para a morte – só para encontrar outra vez o príncipe, cuja amante que conhecera no casamento o tinha deixado devido à sua inconstância.

Então, o príncipe chama Rusalka e pede-lhe que o beije, mesmo sabendo que morrerá se tal desejo se consumar.

A ópera acaba com a canção final de Rusalka, depois de ela ter beijado o príncipe e ele morrido, em que ela canta: “Pelo teu amor, por essa tua beleza, pela tua paixão humana inconstante, por tudo pelo qual o meu destino é amaldiçoado, alma humana, que Deus tenha misericórdia de ti!”

…Eu bem avisei que não ia haver muitos finais felizes.

Diz-lhe, Lua prateada, que eu o abraço. Pelo menos por momentos, deixa-o relembrar-se de sonhar comigo.

Song to the Moon
Rusalka

4. Tristan und Isolde | Richard Wagner

tristao isolda

Como não podia faltar neste artigo, temos agora um drama escrito pelo próprio rei do drama: Mr. Richard Wagner.

Inspirado por uma das suas amantes e pela filosofia de Schopenhauer, Tristão e Isolda permanece um dos mais conhecidos trabalhos de Wagner – já para não falar do marco importante que representa na história operística.

Tristão traz a princesa irlandesa Isolda para a Cornualha para se casar com seu tio, o rei Marke, mas Isolda não estava muito satisfeita com o comandante do navio. A princesa reclama com a sua criada, Brangäne, que Tristão a ignora, e tem de ser a pobre Brangäne a ir dar o recado a Tristão de que Isolda quer falar com ele. Tristão educadamente, mas friamente se recusa a deixar o leme; o seu servo Kurwenal, no entanto, decide estragar os bons modos anteriores e canta uma canção a gozar com Morold, um cavaleiro irlandês morto por Tristão que era o ex-noivo de Isolda.

Nesta luta em que Tristão matou Morold, o primeiro acabou gravemente ferido e pediu a Isolda que o curasse sob um nome falso. Ela estava prestes a matá-lo em vingança, mas ao pegar na sua espada, os olhos de Tristão olharam não para a espada na mão da princesa, mas sim diretamente para os seus olhos – e, a partir daí, os sentimentos de Isolda em relação a ele suavizaram.

Ele prometeu-lhe lealdade a ela e, em troca, ela manteve a sua verdadeira identidade em segredo – no entanto, ela esperava que ele demonstrasse afeição por ela, em vez de querer casá-la com um tio velho dele.

Brangäne sugere que Isolda experimente uma poção de amor, mas, no seu desespero, Isolda escolhe outro remédio: um veneno mortal.

Tristão, no fim da viagem, explica a Isolda que permaneceu distante durante a viagem por respeito à noiva de outro homem. Ele percebe que ela pretende envenenar os dois quando ela pede que compartilhem uma bebida de “amizade”, mas Brangäne secretamente substituiu o veneno por uma poção de amor, o que deixa o casal extremamente apaixonado.

Já no castelo do rei Marke, os recém-apaixonados marcam um encontro, encontro este que viria a ser descoberto pelo rei Marke – e, para ainda piorar as coisas, com o rei vinha Melot, que também queria estar com Isolda, acabando por lutar com Tristão, que se deixa ferir.

Trazido pelo seu fiel Kurwenal para um castelo ancestral na Bretanha, as feridas de Tristão não recuperaram e este encontra-se inconsciente.

Sabendo que só os dotes quase mágicos de cura de Isolda poderiam salvar Tristão, Kurwenal faz com que ela venha até ao seu castelo.

Tristão, ao acordar e ficar a par de tudo, fica extasiado por voltar a ver Isolda, e quando ouve o barco dela a chegar levanta-se e arranca as suas ligaduras, só para, ao tentar cumprimentá-la, cair morto nos seus braços com o seu nome nos lábios.

Depois de Kurnewal e Melot ambos terem morrido ao disputarem-se numa batalha, chegam ao quarto de Tristão Brangäne e o rei Marke, que, após Bragäne lhe ter contado sobre a poção de amor, tinha decidido esquecer o noivado e deixá-los juntos. Isolde, ao ouvir isto, canta a sua última ária, Liebestod (Morte do Amor), e cai morta em cima do corpo de Tristão.

Esta ópera não só apenas teve impacto como um pináculo nos trabalhos deste género, como viria a ser uma experiência relevante para o desenvolvimento de correntes seguintes, como o atonalismo, visto que Wagner fez uso de vários elementos que pretendiam fugir à tonalidade (falo um pouco mais sobre isto na primeira parte).

Suavemente e gentilmente,
como ele sorri,
como ele abre o olho docemente —-
Estão a ver, amigos?
Não estão a ver?
Mais brilhante e mais brilhante
como ele brilha,
iluminado por estrelas
sobe alto?
Não estão a ver?
Como o seu coração
incha corajosamente,
total e nobremente
no seu peito?
Como a partir dos seus lábios
deliciosamente, suavemente,
o hálito doce
flutua suavemente…

Mild und Leise (Liebestod)
Tristão e Isolda

5. La Traviata | Giuseppe Verdi

La traviata

Esta obra-prima de Verdi não só é dos trabalhos mais conhecidos do compositor como uma das óperas mais interpretadas em todo o mundo (se não a mais interpretada).

A história, inspirada num romance de Alexandre Dumas Filho, fala-nos na história de Violetta, uma mulher aparentemente mundana que sofre de tuberculose, e de Alfredo, o seu amante.

A história começa com Violetta Valéry, prometida ao Barão Douphol, numa festa organizada por ela para celebrar a recuperação de uma doença, onde Alfredo Germont, um jovem burguês, aparece.

São apresentados pelo seu amigo Gastone e Alfredo, que já gostava de Violetta há algum tempo, declara-lhe o seu amor depois do famoso brindisi (Libiamo, ne’ lieti calici).

Violetta, no entanto, diz a Alfredo que, sendo uma mulher mundana, não sabe amar e que só lhe poderia oferecer a amizade – mas oferece-lhe uma rosa e pede-lhe que volte no dia seguinte.

Após a festa, Violetta encontra-se só e começa a dar-se conta do quanto as palavras de Alfredo o comoveram, com a ária Ah, fors’é lui, no entanto concluindo que devia estar sempre livre com a ária Sempre Libera.

Violetta e Alfredo iniciam um relacionamento apaixonado e planeiam morar numa casa de campo fora de Paris – mas Aninna, a criada de Violetta, informa a Alfredo que Violetta frequentemente vai a Paris para vender os seus pertences para pagar as taxas da casa de campo.

Giorgio Germont, pai de Alfredo, faz então uma visita a Violetta e implora que deixe Alfredo em paz para sempre. Giorgio conversa com ela sobre sua família, principalmente a sua filha, prestes a casar-se, que mora na região de Provença. Giorgio acredita que ver Alfredo envolvido com uma mulher como ela arruinará sua reputação.

Ainda que contrariada, Violetta acede ao pedido de Giorgio e deixa a Alfredo um envelope selado – no entanto, Alfredo, quando descobre, desconfia do seu pai e decide ir à festa para onde Violetta se dirigia.

A celebração começa com um grupo de mascarados que oferece entretenimento aos convidados. Alfredo entra no evento, seguido logo por Violetta Valéry, acompanhada pelo Barão Duphol. Alfredo começa a jogar com o Barão e soma uma boa quantia de dinheiro. Quando o jantar é servido, Violetta e Alfredo ficam sozinhos no salão, e Alfredo tenta que ela revele a verdade.

Violetta mente, dizendo-lhe que ama o barão, o que faz um furioso Alfredo chamar todos para o salão, atirar a Violetta toda a quantia ganha no jogo e denunciá-la, e ainda desafiar Douphol para um duelo. Violetta desmaia, Alfredo é repreendido por todos os presentes com a ária Di donne ignobile insultatore, di qua allontanati, ne desti orror! e a festa acaba com Giorgio a condenar o comportamento lamentável do filho.

Violetta, com uma tuberculose pior, está sozinha no seu quarto lendo uma carta do pai de Alfredo quando descobre que o Barão só foi ferido durante o duelo. Ele contou a Alfredo sobre o sacrifício que ela fez por ele e pela sua irmã, e que enviou o seu filho para a encontrar assim que puder para implorar pelo seu perdão. Com a sua ária Addio, del passato, Violetta informa-nos que sente que já é tarde demais.

Annina entra no espaço rapidamente para informar Violetta da chegada de Alfredo. Este chega com o pai, e aconselha que o casal saia de Paris com o seu dueto Parigi, o Cara, após a reconciliação.

Juntamente com o médico, o pai de Alfredo entra, sentindo-se mal pelo que fez. Violetta e Alfredo cantam um último dueto e Violetta de repente revive, alegando que toda a dor a deixou, apenas para morrer nos braços do seu amante momentos depois.

Adeus passado, sonhos felizes de dias passados. As rosas nas minhas bochechas já desapareceram.

Addio, del Passato
La Traviata

6. Guillaume Tell | Gioachino Rossini

guilherme tell

Enquanto que seja discutível que Gillaume Tell seja a ópera mais famosa de Rossini, foi por outro motivo que escolhi esta ópera para fazer parte do artigo: esta, para além de ser a última ópera de Rossini, foi uma ópera percursora da grand ópera, género que dominaria os palcos operísticos na época de compositores como Spontini, Cherubini ou Meyerbeer.

Caracterizado por ser tudo à grande e à francesa (e era literalmente uma coisa bastante francesa), este tipo de ópera tem características que se encontram bastante em Guillaume Tell, como a estrutura de quatro atos que torna a peça tão longa.

A história passa-se no dia do Festival do Pastor em maio, perto do Lago Lucerna. Por costume, as famílias participam na celebração.

Mas para Arnold acontece algo diferente: devido ao seu amor conflitante pelo seu país e por Mathilde, princesa de Habsburgo, Arnold foi excluído deste privilégio.

Trombetas interrompem o evento e chega o governador da cidade. A filha de Leuthold, um pastor, é alvo do ataque de um soldado de Gesler, e Leuthold mata o soldado para protegê-la. A única rota para ele fugir é através do lago. Guillaume Tell fornece ajuda.

Leuthold tentou fugir com a ajuda de Tell, mas foi capturado e tornou-se prisioneiro.

Arnold e Mathilde são encontrados juntos no lago. Quando Tell e Walter chegam, informam-nos que Gesler ordenou que Melchtal, o pai de Arnold, fosse executado.

Arnold, furioso, deseja por vingança, e é assim que Arnold, Tell, e Walter decidem celebrar um juramento: o de libertar a Suíça.

No entanto, Arnold não é o único que deseja vingança: Gesler reconheceu Tell como o protetor de Leuthold, e acredita que ele merece ser punido. É por isso, que, no dia da comemoração do centenário da realeza na Suíça, Gesler ordena que Tell acerte com uma flecha numa maçã em cima da cabeça do seu filho, Jemmy.

Tell e as suas impecáveis habilidades de arco e flecha fazem exatamente o que Gesler mandou, e a coisa descarrila quando Tell se vira para ele e diz que ele perdeu.

Gesler manda Tell ser preso, mas Arnold liberta-o e tira-o do barco onde se encontrava antes que ele parta. Tell finalmente consegue matar Gesler com uma única flecha e Arnold consegue também eliminar Altdorf.

A ópera acaba com Arnold e Mathilde juntos e um último paean à natureza e à liberdade.

Floresta escura, deserto triste e selvagem,
prefiro-te aos esplendores do palácio:
é nas montanhas, o lugar da tempestade,
que o meu coração pode recuperar a paz;
E só o eco aprenderá os meus segredos.

Sombre forêt
Guilherme Tell

7. Lakmé | Léo Delibes

lakme

Esta ópera, onde se encontram árias bastante conhecidas como o Dueto das Flores e a Canção dos Sinos, é um bom exemplo de um assunto da ópera que foi bastante popular na altura em que esta obra foi escrita – o exótico, como presente em óperas como Madama Butterfly e Turandot, de Puccini – e é melhor aproveitar o final feliz do Guillaume Tell, porque esta ópera é uma tragédia outra vez (o que nesta altura do campeonato já não é assim uma grande surpresa).

Enquanto o seu pai está na igreja hindu, Lakmé, a filha do padre Nilakantha, e a sua criada Mallika são deixadas sozinhas. Elas descem ao rio para colher flores e cantar o Dueto das Flores. Lakmé tira as suas joias e coloca-as num banco enquanto elas se aproximam da beira do rio.

Dois militares britânicos, Frederic e Gérald, chegam às proximidades com duas raparigas britânicas e a sua governanta para um piquenique. As garotas britânicas encontram as joias de Lakmé e, maravilhadas, pedem esboços delas; Gérald oferece-se para ficar e desenhar as joias, mas esconde-se quando vê Mallika e Lakmé a regressar.

Por pouco tempo, Mallika deixa Lakmé. Sozinha, Lakmé encontra Gérald e chama por ajuda depois de ficado alarmada com a intrusão do estrangeiro. No entanto, ela acaba por ficar cativada por ele, o que a faz mandar embora as pessoas que vieram ajudar.

Lakmé e Gérald começam a desenvolver sentimentos um pelo outro, mas depois de saber da intrusão do oficial britânico, Nilakantha retorna e jura vingança dele pelo que considera um insulto à honra de Lakmé.

Por consequência, Lakmé é forçada a cantar a Canção do Sino num bazar lotado por Nilakantha, numa tentativa de fazer com que o invasor se identifique. Lakmé desmaia quando Gérald se aproxima, expondo-o. Gérald fica ferido quando Nilakantha o esfaqueia.

Lakmé leva Gérald para uma cabana escondida na floresta, onde ela cuida ternamente das suas necessidades médicas, apesar de saber que ele está noivo de Ellen.

Fréderic, o outro colega oficial de Gérald, lembra-o do seu dever militar no seu regimento enquanto Lakmé procurava a água sagrada que confirmaria os votos dos amantes. Lamentavelmente, Gérard admite que o seu colega está certo, e quando Lakmé volta, ela percebe que Gérald mudou e que o perdeu.

Consumindo a mortal folha de datura, Lakmé decide falecer com dignidade, em vez de viver desonradamente.

Esta ópera foi a que ganhou a Delibes alguma apreciação entre as audiências, com a sua orquestração delicada e riqueza melódica. Com o exoticismo característico da época, esta ópera expressiva e calorosa contém ainda árias como a Air des Clochettes (Canção dos Sinos), uma das árias preferidas de sopranos coloratura, e o Dueto das Flores, antes não tão conhecido, mas agora interpretado mais frequentemente por intérpretes operísticos de renome.

Ah! Venha, para a floresta profunda. A asa do amor passou, e, para nos separar do mundo, acima de nós o céu caiu. Ah! Venha, para a floresta profunda, para nos fazer esquecer o mundo. A asa do amor passou.

Ah! Viens dans la forêt profonde
Lakmé

8. Carmen | Georges Bizet

carmen

Esta ópera não só é uma das óperas mais importantes do mundo como foi um verdadeiro pináculo no desenvolvimento do verismo: de facto, Carmen foi a ópera que abriu as portas para a criação deste estilo, que predominaria nas obras de compositores como Verdi, por exemplo.

Conhecida como divertida e espirituosa de uma ponta à outra, claramente é uma das óperas mais famosas alguma vez escritas, e dela fazem parte árias como a famosa Habanera de Carmen, uma Seguidilla e a Canção Toreador.

Carmen, uma cigana provocadora, está entre mulheres num local próximo a uma fábrica de cigarros em Sevilha, Espanha, por volta de 1820. Tanto homens quanto mulheres se encontram nesse lugar em grande número. Todos ficam hipnotizados com ela quando ela canta a sua Habanera, menos Don José, que só está interessado nela como guarda. Atirando-lhe uma flor provocativamente, Carmen vai-se embora.

Há uma luta iniciada pelas mulheres que voltaram para a fábrica de cigarros e Carmen é indiciada pelo crime, mas consegue finalmente seduzir José com a sua Seguidilla e foge.

Depois de um mês, José, que foi preso por permitir que Carmen fugisse, acaba de ser autorizado a sair e decide vê-la num bar. Ele diz-lhe o que sente por ela enquanto segura a flor que ela lhe tinha atirado na mão. Carmen pede-lhe que não se apresente para a chamada e fique com ela em vez disso, o que faz com que ele, relutantemente, vá com ela e se junte aos contrabandistas.

É exatamente o facto de serem contrabandistas que fazem José arrepender-se da sua decisão. Carmen já tem um relacionamento com um toureiro chamado Escamillo.

É então que Micaela, uma amiga de juventude de José, vem vê-lo, e conta-lhe que a sua mãe está em estado crítico de saúde. Por consequência, José decide voltar para casa.

No mês seguinte, o amante de Carmen, Escamillo, é recebido por curiosos na praça em frente à praça de touros. Na altura em que ele entra na arena, José aparece enquanto Carmen ainda está na praça. Ela recusa-se a acompanhá-lo como ele exige, e descarta o anel que José lhe deu uma vez para reforçar a sua negação.

José esfaqueia-a fatalmente com uma adaga e a ópera acaba com ele a confessar o crime.

O pássaro que se pensou que se tinha apanhado
bateu as asas e voou para longe…
o amor fica longe, espera-se e espera-se;
quando menos se espera, aí está!
Tudo ao seu redor, rápido, tão rápido,
vem, vai e depois volta…
acha-se que se segura rápido, ele foge;
pensa-se que se é livre, e ele prende-nos rápido.

L’amour est un oiseau rebelle
Carmen

9. L’Orfeo | Claudio Monteverdi

orfeo

L’Orfeo não é só uma ópera famosa, nem só uma ópera importante historicamente, mas sim uma das primeiras óperas a aproximar-se da forma operística que conhecemos hoje.

Escrita no período de transição entre o Renascimento e o Barroco, contribuiu para o desenvolvimento de bastantes áreas – o desenvolvimento da forma operística, a evolução da orquestra, o uso da polifonia, etc.

Baseada na lenda de Orfeu e Eurídice, a história começa com o casamento destas duas personagens – contudo, um evento vem estragar a sua felicidade.

Eurídice é mordida por uma cobra venenosa e morre, o que faz Orfeu querer ir até ao reino dos mortos salvá-la – reino onde entrará usando o barco de Caronte, depois de este se ter recusado a levá-lo e, consequentemente, tendo sido adormecido usando a lira de Orfeu.

Encontrando Proserpina, rainha de Hades, que fica maravilhada com o seu canto, Orfeu ganha uma oportunidade – Proserpina pediu a Pluto, rei de Hades, que libertasse Eurídice.

Pluto concede tal desejo a Orfeu, mas com um pequeno truque – Orfeu tem que sair com ela do reino, mas não pode olhar para trás.

Orfeu duvida se Eurídice o está mesmo a seguir ou se Pluto o decidiu enganar, e, sem pensar, olha para trás, só para ver a imagem de Eurídice a desaparecer. Ela canta em desespero, mas já era tarde demais.

Ela já tinha desaparecido.

Orfeu tenta segui-la, mas é afastado por uma força invisível, e volta aos campos de Thrace, tal como no início da ópera. Num longo monólogo, ele lamenta a sua perda, lembra-se da beleza de Eurídice, e, como conclusão, decide que nunca mais quer estar numa relação outra vez.

Perante esta decisão, o deus Apollo faz uma entrada cheia de estilo em cima de uma nuvem para falar com Orfeu, e repreende-o por se deixar levar pela tristeza e raiva.

Convidado por Apollo a ascender aos céus, onde reconheceria Eurídice nas estrelas, Orfeu vai para o céu antes do final da obra, marcado por uma vigorosa moresca.

Estás morta, minha vida, e eu ainda respiro?
Foste de mim para nunca mais voltar, e eu deveria ficar?
Não, pois se os versos podem fazer alguma coisa, irei em segurança aos abismos mais profundos, e tendo amolecido o coração do Rei das sombras, vou trazer-te de volta comigo para ver as estrelas novamente:
oh, se o destino perverso me recusa isso,
Eu ficarei contigo, na companhia da morte.
Adeus Terra, adeus Céu e Sol, adeus.

Tu se’ morta
L’Orfeo

10. Der Rosenkavalier | Richard Strauss

der rosenkavalier

A mais conhecida de todas as óperas de Strauss, esta obra é importante, mais uma vez, por várias razões – para além de conter o papel da doce e gentil Marechala, invejado por todas as sopranos, esta ópera mistura várias técnicas operísticas desenvolvidas ao longo dos tempos: o gesamtkunstwerk, uma história com algumas semelhanças a duas óperas de Mozart (especialmente As Bodas de Fígaro, mas também um pouco Don Giovanni), as valsas vienenses, as árias italianas, entre outros.

Logo no início da ópera, Marechala, princesa von Werdenberg, e o seu jovem amante, Octavian, acabaram de terminar uma noite juntos. Este esconde-se enquanto um pajem serve o café da manhã e novamente quando se ouvem passos na antecâmara.

Barão Ochs auf Lerchenau, parente distante da Marechala, é o convidado surpresa. Irrompendo no seu quarto, começa a gabar-se do seu relacionamento com Sophie von Faninal, a jovem filha de um próspero burguês.

Quando pede orientação à Marechala sobre qual cavaleiro poderia dar a Sophie a costumeira rosa de noivado de prata, ela sugere Octavian – altura em que este emerge inesperadamente de seu esconderijo vestido como a camareira “Mariandel”, para evitar ser descoberto. À medida que a sala se enche de pessoas, o barão avança imediatamente em direção a “Mariandel”, que foge à pressa.

Intrigado, o Barão contrata duas espias para procurar a “camareira”.

Já no segundo ato, Sophie aguarda ansiosamente a chegada do cavaleiro da rosa na manhã do seu noivado. Como representante do Barão, Octavian entra e entrega-lhe a rosa de prata. Com admiração, Sophie aceita, e os dois adolescentes são imediatamente atraídos um pelo outro.

Sophie nunca conheceu o Barão Ochs (a.k.a. afinal ele não tinha nada de que se gabar), e fica surpresa com seu comportamento indelicado quando ele chega. Sophie pede ajuda a Octavian enquanto Ochs sai para falar com Faninal Pai sobre o contrato de casamento.

Eles finalmente se abraçam, o que surpreende Annina e Valzacchi, as duas espias, que então informam Ochs.

O Barão recebe um leve ferimento de espada do enfurecido Octavian, e melodramaticamente solicita um médico – mas o plano ainda fica melhor.

Instigadas por Octavian, as duas espias viram-se contra Ochs, preparando o quarto dos fundos de uma pousada decadente para o encontro do Barão por iniciativa de Octavian.

O Barão e “Mariandel” aparecem em breve para um jantar privado, o que assusta Ochs quando aparições estranhas emergem de janelas e painéis escondidos.

Correndo e chorando que Ochs é o pai dos seus vários filhos, Annina faz-se de viúva e entra. Ochs afirma que “Mariandel” é a sua noiva quando os polícias aparecem e, furioso com os seus futuros genros, Faninal chama Sophie para acertar as contas antes de desmaiar e ser levada.

A Marechala entra quando o pandemónio está no auge e, assim que Octavian retira o seu disfarce, a Marechala clarifica que era tudo mentira, o que faz o Barão assumir a derrota.

Quando deixada sozinha com Octavian e Sophie, ela arrepende-se de ter perdido o seu amante tão rapidamente, mas aceita a realidade, entregando o perplexo Octavian a Sophie antes de sair silenciosamente.

O jovem casal reconhece que seu objetivo se materializou e a história tem um final feliz (até parece milagre).

O que é que significa “tu”? Qual “tu e eu”? Isto faz algum sentido? Estas são palavras, meras palavras, não são? Dizes tu! Mas há algo nelas; uma vertigem, um desenho, uma saudade e um impulso, um abate e queima: como a minha mão agora vai ter com a tua, o zudirwollen, o apego a mim, esse sou eu, esse quer-te a ti;

Trio Final
O Cavaleiro da Rosa

11. Pelléas et Mélisande, Claude Debussy

peleas melisande

A última ópera neste artigo não é importante particularmente para a ópera, mas mais para o desenvolvimento do impressionismo como estilo – este foi um dos trabalhos que, juntamente com o Prelúdio à Tarde de um Fauno, se tornou um manifesto da corrente artística que Debussy viria a criar.

Deveras interessante do ponto de vista harmónico, esta obra veio a erguer-se como a inspiração para Bartók e até para o próprio Schönberg, tendo como libretto uma adaptação do mito de Tristão e Isolda.

Quando o Príncipe Golaud se perde enquanto caça, ele encontra uma linda jovem que está assustada e a soluçar perto de uma fonte. Embora ela esteja hesitante em acompanhá-lo, ela relutantemente concorda em dar-lhe algo mais do que o seu nome. O avô de Golaud, o rei Arkel de Allemonde, fica a saber do seu casamento com Mélisande enquanto está no seu castelo. Sabendo que uma parceria política poderia deixá-lo mais feliz, Golaud tem medo de voltar. Pelléas, o meio-irmão de Golaud, pede permissão para sair do castelo, mas é recusado. Ele tem que ficar para receber o seu irmão e a sua nova esposa.

Geneviève, a mãe de Golaud, conhece Mélisande e apresenta-a a Pelléas, a quem ela pede para cuidar dela.

Na floresta, Mélisande e Pelléas estão ao lado de um poço enquanto Mélisande brinca com um anel que Golaud lhe ofereceu, atirando-o no ar. No entanto, quando o relógio bate meio-dia, o anel cai no lado, e Golaud cai do cavalo enquanto caçava ao mesmo tempo.

Ele descobre o anel perdido de Mélisande quando ela se aproxima dele, para o que ela decide dar a desculpa de que o perdeu numa caverna marinha porque estava aterrorizada. Golaud incentiva que ela vá buscá-lo mesmo que seja de noite, e que ela será acompanhada por Pelléas. Mélisande e Pelléas entram na caverna do mar. A lua então aparece por trás de uma nuvem, revelando três mendigos que estão cochilando dentro, o que faz Mélisande implorar para fugir porque tem medo.

No terceiro ato, Mélisande escova o cabelo na torre do castelo, e Pelléas conta-lhe que está de partida. Ele fica enredado no seu cabelo, mas Golaud os impede de continuarem com a brincadeira e repreende-os por agirem como crianças. Golaud leva Pelléas a uma caverna escura e sem oxigénio, localizada abaixo do castelo, onde adverte Pelléas para se manter longe da frágil e agora grávida Mélisande.

Como se não bastasse, Golaud questiona o seu filho Yniold sobre Pelléas e Mélisande, mas ele está às aranhas tal como o pai. Para ver os dois, Golaud levanta-o até à janela, mas Yniold simplesmente os vê sentados e a olhar em volta – nenhum deles está a falar. Os sonhos ciumentos de Golaud são amainados.

Agora que o seu pai se sente melhor, Pelléas pede a Mélisande para encontrá-lo no poço uma última vez enquanto se prepara para partir. Entretanto, Golaud pára Arkel enquanto ela tenta convencer Mélisande de que ela ainda pode encontrar a felicidade em Allemonde e a atira ao chão num ataque de raiva.

Junto ao poço, Pelléas e Mélisande cruzam-se, e, depois de compartilhar seu afeto, eles beijam-se. No entanto, Golaud esconde-se nas sombras e apunhala Pelléas antes de perseguir Mélisande, correndo e depois tentando esfaquear-se em vão.

No último ato, Mélisande deu à luz uma rapariga, mas está agora perto da morte. Golaud, numa tentativa de saber mais sobre a sua relação com Pélleas, faz-lhe uma visita, onde ela inocentemente lhe confessa que gostava de Pélleas.

A ópera acaba com um arrependido Golaud a ser consolado pelo avô depois de Mélisande morrer, e a bébé não dura muito mais.

E realmente, tenho pena de ti, Mélisande…
Eu estava a observar-te, tu estavas lá, talvez despreocupada, mas com o ar estranho e equivocado de quem sempre espera um grande infortúnio, ao sol, num belo jardim…
Não sei explicar… mas fiquei triste de te ver assim, porque tu és muito jovem e bonita demais para viver já dia e noite sob o sopro da morte…
Mas agora tudo isto vai mudar.

Cena 2, Ato 4 (Arkel)
Pélleas et Mélisande

Claro que não podia mencionar estas óperas sem todas as outras que deixei para trás por uma ou por outra razão, pelo que fiz uma lista de menções honrosas que deixo em baixo.

E assim acaba o meu primeiro artigo em três partes aqui no blog, e também a minha exploração sobre o tema apaixonante que é a ópera!

Uma ópera começa muito antes de a cortina subir e acaba muito depois de a cortina cair. Ela começa na minha imaginação, torna-se na minha vida, e permanece parte da minha vida até muito depois de sair da casa de ópera.

Maria Callas
Cantora de Ópera

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